Da varanda víamos o campo, um pelado poeirento ou enlameado, conforme o tempo, e as outras ruas com os outros miúdos nos outros prédios. A avó ainda estava doente. Espreitávamo-la à porta e ela sorria, branca de papel. Comíamos torradas de mafra na chapa, espalhávamos cebolas e maçãs pelos gavetões dos lençóis, jogávamos ao dominó, ao ludo, às copas na alcatifa. A nossa grande preocupação eram aqueles cinco minutos. Só mais cinco minutos. Nunca achávamos que ficava tudo mesmo bem brincado.
2 comentários:
É para ler estas coisas que venho aqui.
(E desta vez não estou a brincar).
Posso mandar um beijo anónimo?
É para as escrever que eu também, só que às vezes perco-me pelo caminho.
Pode sim, anónimo. Blogoretibuo.
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