O cansaço leva-me a estas duas passageiras, às histórias do velho diabético a quem nenhum calmante adormece, e que deseja fazer a revolução no segundo piso recrutando outros senhores com nomes de há muitos anos, Elias, Homero. A auxiliar mais nova, mais bem disposta e com cara de pouca saúde, fala também do fisiatra que pergunta e responde em contínuo às acamadas do primeiro piso com nomes igualmente idos, Josefa, Ermelinda. A mais velha diz bem da doutora que corrige os erros de português, mal da colega que se inquieta quando ninguém tem pelo menos uma febre. Como será trabalhar assim, desenclavinhando vida e morte a cada turno?
2 comentários:
Parabéns, uma vez mais. Por escrever tão bem.
Pedro, obrigada.
Enviar um comentário