Numa das expedições à cave achou um embrulho de papel, pequeno como o mínimo dos dedos. Já sabia ler, reconheceu as maiúsculas picadas do pai, acabou por entender SAVANA e AGULHA. Abriu-o com cuidado, olhou o filamento de metal, os seus dois gumes irregulares, espantou-se, tornou a guardá-lo no lugar. Não estava em gaveta de se poder mexer, por isso moeu-se com a história que faltava, perguntou nada a ninguém. Assim, sonhou muito com a terra que não recordava, imaginou caçadas, missões, perigos. Até à tarde em que o pai veio à sala e colocou o misterioso objecto no aparelho. E os discos voltaram a ouvir-se.
6 comentários:
Deixe-me adivinhar: era uma seringa!
Frio. Friíssimo.
Realmente, as noites têm andado frescas.
Mas sinta-se à vontade para arriscar outra hipótese.
É que eu chamo seringas a tudo o que pique.
Para mim, as rosas, por exemplo, têm seringas.
Sim? Então, digamos que do vinil giratório se extrai música à seringa.
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