a vida depois da vida / eco em museu / canção-vitória / letra empoada / melhor que nada / é memória

sábado, 22 de julho de 2006

I'll Bidé're

A minha alma está parva. Há muito que não lia nada que me causasse tamanha indignação. Pensava que neste país ainda havia valores que nos uniam a todos. Qual quê. Então não se abalança f., pela calada do fim da semana e na mornura de um fim de tarde de Verão, quando os espíritos se encontram mais lânguidos e receptivos, a sugerir a abolição do bidé? Aproveitando o costume bizarro de alguma da restauração lusa, que ignorantemente insiste em confundir lavabo&retrete com casa de banho, não tenta f. desvalorizar essa conquista civilizacional que que caracteriza o mundo que não só pratica abluções do umbigo para cima como dele para baixo, quando por qualquer motivo não deseja submergir ou aspergir-se totalmente? Pois não é perfeita a proporção das quatro paredes do reduto caseiro da limpeza pessoal para outras tantas peças de loiça, lavatório, sanita, banheira (poliban, enfim) e bidé? Pois não contam cento e sessenta e dois anos de tradição lusa na causa bidética para nada? Vamos agora pôr tudo em causa, quando outras nações a nós se juntam e potenciam o bidé à escala global? Há que contrariar estes abolicionistas já, enquanto o movimento germina. Fosse isto há dez anos, quando eu estava na força da vida, e f. seria seguramente desafiada para um duelo. De dominó. Ao meio-dia. Mesmo assim, aqui fica o ameaço: I'll bidé're.

5 comentários:

Rafael Galvão disse...

Não sei se entendo direito a terminologia lusa, mas se bidé for o que é aqui, é bem verdade que, em nome do progresso, provavelmente as duchas manuais sejam realmente mais práticas. Que viva o futuro. Bidé, aqui, é coisa de casas antigas e vetustas, ostentanto riqueza ida, onde as pessoas sentavam calmamente, com tempo para refletir sobre as grandes questões da vida... :)

antfilfon disse...

Nos EUA pude verificar como os americanos são realmente práticos nestas coisas. Eles rebaixam os bordos das banheiras no chão das casas de banho para não se escorregar ao sair. Nunca vi nestas matérias nenhuma ideia tão prática e tão cómoda.

Cláudia [ACV] disse...

Rafael, António,
porquê rejeitar o bidé em nome do progresso? Não é mais fácil e agradável, se necessário, lavar uma só parte do corpo do que tomar um duche/ducha integral? Que desconforto ir na retrete/privada e ter de tomar banho de seguida!

Abraços higiénicos,

Anónimo disse...

Mal o li... soube, logo, que este teu último tema era polémico!
Sobre bidés:
- A minha vizinha de baixo tem!
- O meu vizinho de cima não tem!
- Salvo raras excepções, as mulheres usam e os homens não! (as excepções dão para ambos os sexos)
- O dito cujo ocupa espaço na privada!
- Sem bidé, teremos a estúpida ideia de atafulhar a privada com outra inutilidade qualquer!
Como vou fazer obras na casa de banho, este assunto não é só pertinente como delicado!
Não quero deitar mais achas para a fogueira mas... e o papel das toalhitas?!?
Não sei o que pensar!

Cláudia [ACV] disse...

Meg,
já me tinham falado no chuveirinho não-fixo-extensível (por cá chamam a boca do chuveiro de "telefone",eh,eh), mas de facto estava a ignorá-lo enquanto opção; por cá suponho ser coisa de vanguarda, não está divulgado; o clássico bidé ainda domina :)

a-c-r,
cá para mim, as toalhitas estão muito bem para as viagens, os acampamentos e as emergências de escritório, mas nada substitui a aguinha corrente...vai por mim, aposta no bidé!