Não conseguem estar sentados porque não conseguem falar, já tentaram. Têm quinze ou dezasseis anos e estão sem saber que fazer a seguir. É hora de almoço, está calor, estou eu e outra gente na esplanada, há miúdos no parque, jardineiros na rega. Nem reparam. Decidem entalhar os nomes na quarta ou quinta olaia a contar da entrada, linda e velha. Ela escolhe esculpir a sua assinatura a quase dois metros do chão, desequilibra-se ligeiramente nas raízes e deixa que ele a ampare com o corpo de encontro à árvore. Enquanto ela escreve, ele segura-a pela cintura, ou um pouco acima. Deixam-se estar assim por um minuto. Ele talha a seguir. Assina, remata um coração, dá-lhe o pudor e o desejo e a mão.
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