Ainda bem que não sou marxista, nem sequer da escola Groucho. Se fosse, não haveria Kompensan que me salvasse depois de ler isto. Décadas de empenho pessoal na luta comunista redundam, para o autor, num inequívoco balanço:
"Hoje o comunismo morreu. A URSS e a maior parte dos estados e sociedades construídos segundo o seu modelo, filhos da Revolução de Outubro de 1917, que foi a nossa fonte de inspiração, conheceram uma derrocada completa, deixando atrás de si uma paisagem de ruína económica e moral, de tal maneira que se torna agora evidente que o fracasso se encontrava desde o início inscrito no empreendimento."
"Hoje o comunismo morreu. A URSS e a maior parte dos estados e sociedades construídos segundo o seu modelo, filhos da Revolução de Outubro de 1917, que foi a nossa fonte de inspiração, conheceram uma derrocada completa, deixando atrás de si uma paisagem de ruína económica e moral, de tal maneira que se torna agora evidente que o fracasso se encontrava desde o início inscrito no empreendimento."
(Idem, Ibidem, p.173.)
4 comentários:
Depois de ler isso ainda dá para ser coerente?
A coerência com determinado percurso de vida (neste caso comunista-bolchevizante)não exclui o reconhecimento de que o projecto de que se fez parte falhou, Francis; acho que foi isso que o Hobsbawm quis dizer, de forma (para mim)surpreendentemente desapegada. Mas havendo muitos que não concordam (de forma alguma) com a passagem que dele citei, que acham que o comunismo não falhou, que está vivo, que tem validade, que apenas sofreu um revés, havendo por aí esperança de quem acredita numa sociedade utópica nesses termos, e se a esperança é muitas vezes transformadora da realidade, será que não pode o comunismo ressuscitar ao fim de uns quantos dias?
Não só o comunismo pode ressuscitar como o camarada Álvaro está lá em cima a olhar por todos nós. Bom, por todos não. Afinal de contas o sacana nunca olhou por mim. Se calhar até olhou, mas o tufo tapou-lhe o olhar. Ou será que era eu que estava a olhar para a camarada Odete? A fealdade sempre me incomodou, como bem sabes.
Já cá faltava o teu eu-decapante, não é verdade, menino Francis?
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