Hesitei, mas respondi a Baptiste que sim, seguiríamos na visita por ele guiada. Tínhamos acabado de entrar na igreja abacial de Sainte Croix, uma das várias réplicas do Santo Sepulcro de Jerusalém. Começámos por torneá-la lentamente, olhando este e aquele pormenor de um todo alto, branco e circular. Descemos depois à cripta. À cabeça de uma de três estreitas naves encontrámos um abade taumaturgo de meados de mil; Gurloës ganhou fama, mesmo fora da Bretanha, de curar males de ossos e afecções de cabeça. Mais que a descrição dos rituais prescritos para cada situação, impressionou-me que três dias antes, dezassete anos depois de ter recebido uma graça, um homem no fim da vida tivesse regressado ao jazigo e chorado, ainda, de alívio. Baptiste contou isto sem ironia nem pietice. Contou, apenas. A chuva que nos tinha empurrado templo adentro aguardava-nos, na mesma cadência, à saída. Despedimo-nos do nosso jovem guia, que ficou a explicar a quem chegava, num redondo sem hora, os detalhes de um pilar por cada apóstolo. Deixámos Quimperlé e seguimos para Norte.
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