À terceira ou quarta vez que ouvi o argumento deixei de o recusar com tanta força, porque de há uns tempos para cá comecei a testá-lo observando toda a automobilista em situação de trânsito animado. Tem de se reconhecer que é verdade: nós, mulheres, raramente damos a vez ou facilitamos a manobra de um outro condutor. Quando o fazemos os homens hesitam por momentos, a ver se o nosso carro foi abaixo. É óbvio que a descortesia feminina na estrada não é fruto de uma inabilidade específica para pilotar, mas de um encostanço a séculos de senhores a abrir portas, a carregar pesos, a segurar sacos, a dar lugares. Não é que o cavalheirismo não seja agradável, porque um beijinho na mão é sempre agradável. Mas se calhar na estrada podíamos acabar com isso de vez, não?
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