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segunda-feira, 21 de março de 2005

O Maravilhoso Mundo da Roupa Interior – Introdução

A singularização do que cada pessoa usa para cobrir o corpo não é desejo moderno. No Portugal medieval já havia gente a tecer múltiplas variantes de burel, saragoça, estopa. Agora vivemos num mundo de produção, promoção e compra massificadas, mas continuamos a escolher e adaptar a nossa roupa segundo critérios profundamente individuais, muitas vezes contra-conforto, contra-moda e contra-razão. A existência de um pequeno negócio de família proporcionou-me, ao longo de anos, o contacto com o mundo da compra e venda de roupa interior. Como vendedora-amadora, tive sempre tanta dificuldade em memorizar a multiplicidade de produtos que o mercado oferecia, quanto de adivinhar o gosto das pessoas que me apareciam pela frente. É que ninguém – nem mesmo em matéria de roupa interior – é óbvio.

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