a vida depois da vida / eco em museu / canção-vitória / letra empoada / melhor que nada / é memória

sábado, 12 de março de 2005

Anselmo

Um dos aspectos nos quais não sou uma rapariga do meu tempo é o seguinte: tenho HORROR à fama noticiosa. Nos meus pesadelos estou a ser entrevistada por uma jornalista da TVI (uma qualquer, toda a redacção ao mesmo tempo, etc...) no meio da rua, perseguida, flasheada por um paparazzo a cada esquina, tudo por causa de um qualquer acontecimento escandaloso, criminoso ou prestigioso. Depois acordo e fica tudo bem.
De acordo com este auto-perfil psicológico não posso, ainda que com atraso, deixar de empatizar com Anselmo (o apelido será Fonseca ou Meireles, malta?), o rapaz que, perante 20 microfones da comunicação social lusa, recusou declarar o seu apelido "para não ser gozado" pelos amigos e vizinhos (ESTAVA LÁ A TELEVISÃO, que lhe filmou a CARA, será que ele não reparou?).
Já me estou a ver: matrícula na mão em direcção a uma loja; uma velhota a vigiar-me por detrás do cortinado de crochet e a confundir-me com um saudita; eu a ser delatada às forças de segurança eborenses, deliciadas com a hipótese de pôr em prática o que aprenderam no curso básico anti-terrorista de há quinze dias; o ajuntamento final de pessoas e minha viatura ...aaaa... vintage... a ser zelosamente detonada.
Empatizei, empatizei, Anselmo, mas não me ria tanto desde a primeira série do Duarte & Companhia!

1 comentário:

Cláudia [ACV] disse...

Já estou fina, amiguita! Beijos!