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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Queluz, Rua Óscar Monteiro Torres

A dureza dos dias lê-se
nos clientes que teimam 
em entrar: 
há vermutes ao quarto para as 
dez da manhã, 
cervejas pelo
meio-dia, 
bagaços pouco depois 
de almoçar. 
O semblante geral diz 
pouca fruta, fracos legumes, 
nenhum passear. 
Chega o Rocha
timbre leve em 
carranca já salgada, 
quase Adamastor. 
Ao  balcão os cumprimentos 
são sinceros,  
tudo segue em rodadas, 
há tremoços, 
tabaco,
licor - 
um claro prenúncio 
de segundas-feiras
sem valor.

2 comentários:

ana v. disse...

Excelente. Ai, o que eu tenho andado a perder aqui.

(btw: a palavra que tive de digitar para aprovação do comentário foi "susto". o que será que isto quer dizer?)
;-)

Cláudia [ACV] disse...

Oh, grata, cara homónima, volta sempre :)