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domingo, 6 de junho de 2010

Barreiro, Travessa do Bocage

O acre das chaminés da companhia sentia-se ainda antes de começarmos a descer a avenida dos fuzileiros. Íamos quase sempre contentes por causa das correrias, dos legos, dos jogos de tabuleiro. Os tios ainda eram todos. Elas de cabelo ripado, eles de bigode, tão novos.  De regresso encolhia-me muito sem conseguir olhar o rio, cheia de medo de cairmos por causa daquela série onde a ponte igual à nossa era atingida  por um terramoto. Episódio após episódio os sobreviventes tentavam continuar a sê-lo, mas a estrutura mexia e o socorro tardava. Só me sentia segura do lado de cá, pouco antes dos Cabos d'Ávila.

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