a vida depois da vida / eco em museu / canção-vitória / letra empoada / melhor que nada / é memória

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pedro


Prefiro este Pedro, de autor desconhecido, àquele que lhe serviu de inspiração, o de Theotokópoulos. É mais límpida a sua expressão de fragilidade, consciência e expectativa. Hoje como ontem, um  dos que se lhe seguiram e os que de boa vontade o querem ouvir vivem não menos essa condição. Por mim é mais que bem-vindo. 

5 comentários:

ruialme disse...

"fragilidade, consciência e expectativa"... é isso.

Anónimo disse...

porque é que a achas mais "frágil"? porque é mais pequena? porque é que a achas mais "límpida"? porque só mostra a face e esconde os elementos? porque é que não achas que a do el greco não sugere "expectativa"? repara que ele está de pé como uma rocha. gosto mais da do el greco, não sei. não te aborreças comigo.

maradona

Cláudia [ACV] disse...

Rui,
talvez haja mais, mas para mim isto é o que tem estado agudamente presente. Abraço.
p.s. Qualquer dia escrevo-te, preciso de te enviar um rascunho com uma versão escrita (em formato de diálogo a cinco vozes) do colóquio CRC de Dezembro, para acrescentares as ideias e correcções que te parecem importantes, ok?

+++++++

Mr. Wood,
alguma vez me aborreci contigo? Tens com cada uma, man.

Gosto mais desta porque há uma tensão muito maior na boca (expectativa), um ângulo impossivelmente alto no olhar (fragilidade), uma imperfeição absolutamente humana naquele nariz (lhaneza).
E sim, porque é mais pequena, porque não quer impressionar de chapa quem a olha. As composições de El Greco têm muitas vezes anatomias agigantadas e expressões faciais estranhamente plácidas, o que para é difícil de perceber, para além de distractivo.

J. disse...

Não me parecem plácidas, agigantadas sim (como são as figuras que quer representar). Onde vês expressões estanhamente plácidas pode estar o fervor místico que rodeava a leitura cristã de El Greco. Esta imitação de s.Pedro é...muito melhor, claro, que a imitação de Bento XVI do primeiro padre. A distância entre os padres é tão incomensurável para mim q não se compara à que existe entre os quadros. Mas isto é para mim, não católica.
Um abraço

Josina

Cláudia [ACV] disse...

el pibe,
remeto más consideraciones sobre el greco via el mail. y olé.

Jô,
(como estás, rapariga?)
ante uma conhecedora da coisa histórico-pictórica tenho de me pôr em sentido :)
Mas bem, é precisamente esse hieratismo sobrehumano escolhido como expressão do fervor místico que me mantém um tanto à distância. Quanto à avaliação dos sucessores de Pedro,sinto-me pequena para afirmações peremptórias. Numa comunidade de crença há séculos em demanda da distinção entre (a preservação e legação d)o fundamental e (mudança ou erradicação d)o acessório, o trabalho é difícil.