Ainda não deram as dez da noite. Nem sequer há lua cheia e mesmo assim é isto. Penso se a quadra não lhes quadra. Ali zanza o doido atarracado, o que acende cigarros na carruagem e vem às portas dela intimar o segurança. Daquele lado senta-se a cinquentona xanáctica, de telefone sempre em riste, sacos de compras aos pés e chamadas imaginárias todo o caminho. No meu, à coxia, vai o velho crioulo, o que insiste em disfarçar a tosga com um delicado assobio. Segue também o construtor que destrata alguém incrivelmente alto, noutra língua. E vou eu - jogando ao faz-que-lê-mas-ouve-e-vê.
2 comentários:
Se isso é em Campolide, o que não será em Monte Abraão...
Que será, será.
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