Noutro dia voltei com este post atrás. Ia chamar-se d'avant et d'après le déluge, ou uma coisa assim. Foi, penso, a segunda ou terceira vez que despubliquei um. Re-rascunhei-o por um receio meio tíbio, meio supersticioso, de aqui deixar esta canção tão bonita. Le Vent Nous Portera fala de como aconteça o que acontecer o que restar de nós será sempre uno e parte do que mais houver.
O ponto é que ela (aqui tocada ao vivo em Evry, em 2002) é de Bertrand Cantat, dos Noir Désir. Assombrada por uma banda de nome ominoso, de um álbum (des Visages des Figures) saído a 11 de Setembro de 2001, na voz de alguém que não muito tempo depois faria uma das piores coisas que se pode fazer. E no entanto, que diz isso tudo desta canção? Nada. Permanece a mesma, bela e desolada e verdadeira. Se calhar, só por isso mesmo assustadora.
O ponto é que ela (aqui tocada ao vivo em Evry, em 2002) é de Bertrand Cantat, dos Noir Désir. Assombrada por uma banda de nome ominoso, de um álbum (des Visages des Figures) saído a 11 de Setembro de 2001, na voz de alguém que não muito tempo depois faria uma das piores coisas que se pode fazer. E no entanto, que diz isso tudo desta canção? Nada. Permanece a mesma, bela e desolada e verdadeira. Se calhar, só por isso mesmo assustadora.
3 comentários:
Partilho o mesmo gosto e nutro o mesmo sentimento contraditório por Cantat... Embora o francês não seja o meu forte. Obrigado pela versão ao vivo!
Nils, nem o meu forte será, também. Do que conheço, tenho da música de Cantat e dos Noir Dèsir uma impressão vária: este disco, com a participação do Manu Chao, tem canções bastante boas (como esta, ou como A l'envers à l'endroit); outros anteriores tiveram um registo mais tosco ou saturadamente politizado, com apenas uma ou outra boa canção. E parece que voltaram a gravar há poucos meses, no meio de ameaças e polémicas. A ver vamos.
abraço,
Já eu, não conheço especialmente os seus álbuns, mas há uma versão enorme de Avalanche do Leonard Cohen que há muito me aguçou a curiosidade para o trabalho desta banda. E esta é definitivamente uma música que justifica esse interesse.
abraço, ana.
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