A Europa começou-me há uma dúzia de anos na escola do patrono caricaturista, dono da casa equidistante entre o palácio e os quatro caminhos. Porque houve um beirão teimoso que gastou o seu latim para no-lo ensinar. Teimoso e jeitoso. Aprendemos a língua de muitas formas, mas nenhuma suplantou a da viagem. Primeiro a Mértola, espécie de teste, um dia no campo arqueológico, uma ou outra bebedeira, várias curtições, eu amuada por um pedro platónico alapado a uma homónima. Depois a Mérida, dois dias, o s'tôr mandou-nos à Mérida, o s'tôr mandou-nos à Mérida, que engraçadinhos, complexo arqueológico, arcos triunfais, eu e as pequenas réplicas de recuerdo, caramelos, primeira noite fora de casa e do país, para muitos. E a ida à capital daquilo tudo, por fim, já só com a vintena chegada ao décimo segundo. Muita poupança, muita colecta e ala para Roma. Mais uns dias por Florença. As nossas cabeças muito analógicas, o trânsito deles e o nosso, as roupas deles e as nossas, o falar deles e o nosso, as ruas deles e as nossas, os museus deles e os nossos. As conversas com estranhos, a música na rua, eu decidida por História à porta do Coliseu, os gelados, as noites de tempestade na villa. E a volta, e o mundo ser maior e maior desde aí.
Obrigada, professor Manuel.
2 comentários:
Só para dizer que gostei. Sei que te digo poucas vezes.
Um abraço.
Outro forte para ti, viajero Rui! :)
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