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quarta-feira, 12 de abril de 2006

Caracóis, Sandálias e Traições

Acho que ainda não o disse, mas empatizo desde o início com Bruto, e este é o primeiro episódio que se aproxima do que imagino tenha sido a sua figura. Onde os outros vêm tibieza, vejo moderação, controlo da emoção nas decisões. Nesse sentido, ele é bem mais próximo do estéreótipo dos aristocratas Junii que a sua ressentida mãe. Ante o dilema de apoiar um amigo querido ou apoiar os legítimos detentores do poder na República ele escolheu os primeiros. E perdeu. De acordo com o seu tempo é-lhe imputavel a cobardia do fugir ao suicídio de honra, claro.
Lamento ter perdido os primeiros minutos, gostava de ter visto Níobe deslumbrada no banquete dos Julii e Octaviano intercedendo por Pulo, caído em desgraça. Voreno aprende depressa o novo trabalho, afinal a queda para a política não depende só de vocação, esqueço-me sempre disto. Os caminhos são diferentes, mas, como dizia Lobo Antunes na mais estranha entrevista que já vi (aquela do outro dia, na 2:, dada a Ana Sousa Dias, que ombreia em estranheza com uma que Elizabeth Taylor deu a Oprah Winfrey há muitos anos), há qualquer coisa na guerra que irmana os seres humanos que combatem lado a lado a um ponto que (nós que lá não estivémos) não podemos entender.
Desconfio que a melhor cena da série é essa, a de Lúcio em lágrimas ante a sorte de Tito, que podia ser a sua, até decidir intervir. O mérito será do realizador, o dinamarquês Mikael Solomon; este já havia dirigido e bem Points, o episódio da série Band of Brothers (viram?) que narrava a guerra dentro dos soldados depois de acabada a guerra.

2 comentários:

JLM disse...

Vi, claro. "Band of brothers" é uma série de altíssima qualidade. Já "Rome"... também aprecio mas nem sempre. Serve, pelo menos, para uns quantos bloggers trocarem links toda a santa semana.:)

Beijo e Boa Páscoa.

Cláudia [ACV] disse...

:) :) :)

Uma feliz Páscoa, querido amigo.