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quarta-feira, 5 de abril de 2006

Caracóis, Sandálias e Traições

Cada vez mais lúgubre, mais tumular, a casa do Senado. Dentro em pouco nem o seu espaço físico restará: a Curia Hostilia dará lugar à entrada do novo Forum, e aí se erguerá a Curia Julia. César (Ave Imperator) não viveu para o ver acabado, mas convenhamos, nunca um grande líder resistiu a uma metáfora de pedra. Octaviano já o havia espicaçado. Na rua há luz e festa, panis et circenses, a tal Roma num dia. Quem não está com disposição é Octávia, que se sabe joguete de toda gente mas não consegue fazer nada, nem o culto exótico lá do Oriente lhe vale. Nem Servília, que só espera a oportunidade para contra-atacar (a visita de Átia entra directamente para a minha antologia televisiva da violência no feminino). Mas por que raio os autores da série ocultam o facto de ela ser meia-irmã de Catão, pergunto eu? Posca (a personagem mais espirituosa de Rome, já alguém o tinha dito) e Voreno encetam campanha no bairro Aventino. Que falta de vocação natural para a retórica. Pulo tenta encontrar razão para viver. A busca corre muito mal. A verdade não só mói como mata.

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