Gostava de saber o que quer dizer uma sala esgotada de gente que nem com um filme destes consegue parar de fazer comentários, mandar sms e rir a cada tiro na tela. Se calhar quer dizer que o silêncio morreu num dia em que não vi as notícias. No último Cronenberg há as luvas deitadas ao lixo da recepção, há a arma que se adivinha sob a t-shirt do jovem assassino, há as cruzes aos pescoços dos esposos, há as bocas dos amantes, há o filho no armário do balneário, há a impoluta camisa do capo, há os beijos de irmãos, há os ganchos no cabelo da menina que completa a mesa com um par talheres ao contrário. As palavras não são a única língua. Não são.
2 comentários:
Vi hoje o filme. Sai abananado com a violência que também senti em mim, por causa do mastigar das pipocas :)
Excelente post, Ana Cláudia!
Ó João, obrigada; viste a última série de posts do Domingos Miguel no blogue "Noite Americana" sobre o "A History of Violence"? Achei excelente.
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