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terça-feira, 7 de junho de 2005

Um Outro 16 de Junho

Dois dias depois da queda de Paris, Bordéus voltou ser capital de França. Nessa manhã de 16 de Junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes abriu a porta do quarto onde se havia recolhido por três dias e três noites. Era domingo. À porta do nº 14 do Quai Louis XVIII, milhares de pessoas o esperavam. O cônsul arranjou-se, rumou ao escritório e informou os circunstantes ter ouvido uma voz, que tanto podia ser a da sua consciência quanto a de Deus. Sentou-se, empunhou a caneta e assinou. Assinou vistos sem parar, nesse dia, no outro, no outro e no outro.

[Esta quarta feira, em Nova Iorque, relembrar-se-á um dos mais consequentes actos de desobediência da nossa história recente.]

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