Manuel tem mais de quarenta anos e é militar. Alta patente do Exército. É casado e tem um par de filhos adolescentes. Não sei se é gordo, se fuma, se lhe custa acordar de manhã, se é feliz. Não o conheço porque não é do mesmo país ou continente que eu. No dia 11 de Setembro de 2001, Manuel estava em reunião numa das arestas do polígono mais conhecido do mundo. Depois de o saber inteiro e de boa saúde a sua mãe, Eva, sentou-se e rezou mais um bocadinho. Acalmou-se, pegou na caneta e escreveu duas folhas a uma das suas primas de véu ocidentalmente aceitável. Sabendo-a devotada às coisas de Deus, não teve vergonha de desabafar a íntima convicção de que o seu rapaz fora salvo por intercessão da mãe de Jesus.
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