19:00 h. Sábado Gordo. Não sei verdadeiramente quanto tempo demoraremos a chegar lá abaixo, ao Castelo da Lousã. Pela primeira vez em anos, numa actividade bem planeada, muita coisa dá para o torto. Atrasos pela manhã; a empresa de camionagem envia-nos um motorista maçarico que não conhece o caminho e nos envolve num pequeno acidente; o transporte de fim-de-dia fornecido pela Câmara não nos aguarda no sopé da serra. Outros quatro chefes e quinze lobitos, que se provam mesmo rijos, têm ao fim de mais quarenta minutos de mata serrada as lanternas a falhar. Já levam muitos quilómetros em cima. A rede de telemóvel é fraca. Sabemos que estamos no trilho certo, mas os mais pequeninos já choramingam. Os adultos passam a levar duas mochilas cada um, as dos patas-tenras, e dão-lhes a mão. Não se vê nada. Eu toco repetidamente as duas músicas que conheço na minha harmónica. Se alguma coisa acontecer a estas almas, a culpa é toda minha.
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