a vida depois da vida / eco em museu / canção-vitória / letra empoada / melhor que nada / é memória

quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

Belas & Amarelas

Anteontem vi um mau filme. Toma! para mim, e castigo para todos os que vão ao cinema na disposição de ver uma história levezinha. Para lá de que Bridget (ou, como acertadamente diziam as tailandesas do filme, Be-Shit) Jones II é filme desengraçado e desnecessário, nada mais me ocorre. Só por causa do vazio mental (sim, a história é levezinha como éter) com que de lá saí, a minha primeira blogcrítica fílmica transformar-se-á, a partir deste preciso momento, numa epi-reflexão sobre as casas de banho desse interestelar espaço comercial incrustado no estádio do SCP, meu garboso clube.
A pessoa entra, não é? Vai beber um café, uma cerveja, um cházinho. Se se é rapaz, ao fim de vinte minutos vai-se à casa de banho; se se é rapariga, ao fim de oito minutos vai-se à casa de banho. Quando se entra no dito recinto, asséptico (os leões são como os gatos, muito, muito limpinhos...), ESBUGALHA-SE OS OLHOS, pisca-se três ou quatro vezes, e depois lá se faz o que quer que seja. Faz-não-faz, fixa-se o chão e pensa-se, de onde vem todo este monocromatismo, completamente contrário ao resto do edifício que o embrulha? O que deu no arquitecto? O que deu no designer de interiores? Enquanto se lava as mãos e olha à volta, o dilema instala-se, sob a forma de isto é um tributo ao Miró ou ao Tarantino?

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