Está demasiado calor para não ceder a recursos de estilo mesmo à mão de semear. Neste caso, de mondar. A Biblioteca Nacional de Portugal é um lugar que sinto como meu há anos; com mais ou menos frequência, por lá me encontro a fazer uma das coisas que faço na vida - ler. Nos últimos tempos deparo-me com este pormaior confrangedor: do lado de fora, para os passantes, para a estrada, um espaço ajardinado sofrivelmente mantido; do lado de dentro, frente à varanda da sala de leitura geral, há capim cada vez mais encarneirado, terreno desnivelado desde o abatimento do último estaleiro de obras, ervas daninhas a nascer na base do edifício acabado de ampliar. O desmazelo mal disfarçado, o privilégio dado à fachada sobre o interior, parecem-me um bocado mais ofensivos em tempos de dificuldade.
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