Houve um tempo em que tinha muito medo de atravessar aqui. Era quando dava aquela série passada em São Francisco e um terramoto tinha deixado várias pessoas isoladas a meio da Golden Gate. Quase todos os episódios se desenrolavam num pedaço ondulante do tabuleiro. Por isso procurava o colo do meu irmão e fechava os olhos com força, embalada no atrito metálico e ritmado das juntas nas rodas. Não olhava a largueza do rio, só levantava cabeça quando já estávamos bem na banda de além.
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