a vida depois da vida / eco em museu / canção-vitória / letra empoada / melhor que nada / é memória

sábado, 6 de agosto de 2005

A Metamorfose I

Já não o há em estado selvagem. Vive há séculos entre nós, vindo dos lados do sol novo. É frugal. Fia o casulo no qual se faz crisálida e aguarda vinte dias por um par de asas cinzentas, que não são de voar. É precisa a sua cela incorrupta, por isto tem de morrer. Sob vapor quente e intenso, liberta o curso do precioso filamento.

1 comentário:

Afonso Bivar disse...

Já me contentaria com este texto. Para mim, isto é da ordem do sagrado e do sentimento imutável. Uma lenta combustão espera-me.
Penhorado, Cláudia. Penhorado.